segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mapa

Vejo nos seus olhos o meu tesouro.
Espero encontrá-lo, mas encontro apenas um falso ouro.
Os duas passam, e mesmo deixando aos poucos de procurá-lo, ainda há um brilho que aponta em meu mapa.
E meus caminhos fogem, passos se perdem, sem saber se avanço ou fico ou retorno.
E se tesouro não o for?
Tantos traços feitos para encontrar o vazio?
Melhor é andar, sem mapear, sem esperar.
Tesouro que se acha é mais valioso que o procurado.
Adeus tesouro meu.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Bem maior

E o que dizer?
Talvez vá, talvez volte, não compreendo esse sentimento.
Deixa-me desequilibrada, fora de mim, fazendo com que tudo seja apenas você.
Vá, e deixe meu coração.
A sensação de um pedaço que se foi, ou apenas aquele que falta.
Sim, adeus.
Passou por mim, e de tantas vezes que já se repetiram, esqueci.
Bem;

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Arco-íris

Em um olhar reabriu seus olhos, aqueles que estavam cansados e difamados, esquecidos e desacordados.
Vê, então, o sol, o céu, sente o vento, sente você.
Permitiu-se a vida, o brilho, as cores, os contrastes.
Então lá se vai uma onda que pesava sobre seu peito, vão-se junto tudo que a ele fazia mal, porque agora respira, respira profundo e longamente.
Amou-se.
E assim percebeu que era a tinta que faltava para terminar seu quadro, que às vezes é preciso sofrer para se levar uma vida, que nem sempre consegue-se sorrir, mas que sempre pode-se tentar.
Então ele disse que a ama.
Mais uma vida, portanto, abriu-se às cores.
Cores, agora, que se juntam e formam um grande arco-íris ao céu.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Enferrujado

Torna-se tudo mais escuro com a sua presença. Bloqueias meus pensamentos, meus movimentos, enquanto no fundo queria apenas correr para seus braços e perguntar: "como estás?".
Falta liberdade, que nunca transpões à mim, ao contrário, cobra-a  sem à ela se permitir.
Faz com que eu sinta a culpa de todas as coisas que não falamos, não ouvimos, não tocamos.
Só peço que estendas teu braço, preciso de um conforto só teu nesse momento.
Abra o caminho que nos bloqueia, tira-me esta culpa que me atormenta querendo fugir, desaparecer.
Espero você, por mais que muitas vezes já esperei, encontrando sempre o vazio entre paredes e por dentro o eco causado pelo oco que ouvia em meu peito.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As gotas de água

Caminhando, olhando por entre árvores e folhas caídas, procuro a minha satisfação de vida.
Correr e não alcançar, desistir, nem tentar.
Tentações que nos levam, trazem, fazem nos perdemos de nós mesmos,
querendo soluções e encontrando mais medos.
Insegurança - pausa
Respiração incontrolável - dor
Perdir-me-ei por esses campos inacabáveis da minha mente
Prometi por entre eles nunca mais passar
Estou cá, estou lá
Não passa, quero voar
Fugir, cantar
Livremente a navegar, e por entre os mares as águas vem me calar.