sábado, 29 de novembro de 2014

Horizonte tatuado

A sombra do prédio
No chão o concreto
É um cinza eterno
Cresce como um feto
Difere, entretanto,
Pois não morre,
Fica saltando
Nos olhos do nobre
Homem sem vez
Dorme e aguenta
Aquilo que o outro fez
Infinita tormenta!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Não se vá, borboleta, não se vá!

Meu peito te chama,
bate, grita!
Ecoa e volta,
sem resposta, sem sentir.
Não respiro, suspiro
e continuo com dor.
Está entalado, trancado
cadeado enferrujado.
Por que é tão difícil encontrar a chave
que nos impede de prosseguir?
Por que eu te dou minha vida e só te vejo fugir?
Por que traz-me a dor ao invés do calor?
Bate as assas e leva contigo seu colorido.
Deixa-me, calar, sem mais sentido.