domingo, 26 de junho de 2011

Confuso sonho


Deixe-me caminhar sob seus olhos. Mergulhar sobre seu imenso olhar. Minhas mãos estão insaciadas, procurando seu calor, sua essência, seu pudor. Vamos, continue, você está quase lá. Estou a um passo apenas de descobrir seu segredo. Você não entende, mas na verdade nem eu. Quero desvendar o mistério, porém tenho medo. Insegurança esta que me traz até aqui, encontrar por uma resposta perdida, pelo certo ou errado, pela arte de viver com um segredo, com o medo que luta para se perder. Estamos a um olhar, que transpõe um sorriso, é a hora, vai, foi. E agora? Descobri seu maior desejo, de compartilhar o que a partir daquele momento se tornou um fato. Pausa. Respirei, então, o ar vazio, que enfim aliviou a dor pela qual carregava meu peito. Precisava simplesmente saber, independente do medo que senti. Não quis me mover, não quis fugir, tudo que eu quis foi ficar ali, enrolada nos seus braços inseguros, que iam ganhando confiança e se entrelaçando, até que tudo se envolvia e meus olhos se perdiam na escuridão do sono profundo.

sábado, 25 de junho de 2011

Explosivo

Seria tudo mais fácil se tudo se resumisse em bomba.
Que dia horrível: BOMBA!
Que vida cruel: olha outra BOMBA!
São poucos os que percebem, mas o mundo está se tornando uma bomba.
Uma bomba de poluição, de lixo, de sons, de cheiros, de amor, de conhecimento, de entretenimento, de lazer, de prazer...
Não acaba, um dia irá explodir, olha aí, mais uma BOMBA!
Vamos. Seguiremos, ignorando tudo isso, caso algo não ache mais seu espaço, será apenas mais uma bomba.

domingo, 12 de junho de 2011

Droga

Pisando em folhas secas começo a refletir, às vezes quero amar, como se amar fosse simples assim.
Paro, porém, penso.
Quão difícil é amar. Dúvidas, medos, incertezas, vontades, desejos, esperanças, sonhos,  é todo esse conjunto de detalhes que  faz-me amar mais e mais.
Mais difícil ainda, é não amar, e, de repente, ser surpreendida por um desparo no coração.
É instantâneo, não se escolhe, não se planeja, simplesmente aconteceu, e agora? Arque com as consequências.
Mas um momento veio, outro passou, a chuva parou, passos, agora em folhas úmidas, se opacam no vazio desta rua.
Não volte, não passe.
Chore sem tristeza, ria sem alegria.
É o êxtase da vida.

domingo, 5 de junho de 2011

Mais um, apenas

Fechei meus olhos, segurei firme, senti em um profundo segundo a sua mão.
Lembrei de um sorriso, permaneci ali, sob um olhar paralisado da minha mente.
Não entendi ainda, nada se esclareceu, só sinto que sua falta senti.
Por algum momento gostaria da sua presença aqui, agora, compartilhar meu pensamento, jogar fora todo essa respiração que está dentro do meu peito, entalada, sufocando, querendo sair, querendo dizer: eu quero você.
Nada mais posso dizer, talvez só eu não queira saber, pois já não basta mais querer.
Vou-me para lá, onde consigo esquecer e sentir a brisa que quer me levar, que veio me buscar.
Segure firme, estou chegando, só mais um passo, mais um ponto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Des

Acabo, muitas vezes, por não acreditar.
Torna-se complicado, muitas vezes, seguir a confiança. É como se toda a minha persistência se esvaísse, em questão de segundos, simplesmente se foi e, por fim, desacreditei.
Bom seria ter um foco, sempre firme, sem ventos ou catástrofes que o tentassem derrubar.
Então, está aí, vejo daqui, quem se deixa levar, quem vai, mas volta, e quem, por fora, continua intácto, com tudo no seu lugar.
Ainda não cheguei a conclusão se é preferível demostrar ou fingir não sentir, mas enquanto os dias não passam, eu continuo declarando minha descrença.