sábado, 29 de maio de 2010

Mais um passo

Abri a janela e olhei o céu cinza que envolvia minha cabeça
Respirei a brisa que bateu levemente em meu rosto
Senti uma grande leveza dentro de meus pulmões
Não senti mais nada.

Fiquei ali, vi de tudo
Os pássaros passando
Os passos de uma vida agitada
Os segundos do relógio avançando
Não vi mais nada.

Desliguei do mundo
Desliguei da vida

Por um minuto

Por sessenta segundos

Acordei

Percebi então
Que nada adiantava ficar ali
Dei as costas
E saí.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sonhei

Queria alcançar as nuvens,
ontem alcancei-as, hoje nem as enxergo mais.
Foi mais fácil do que eu pensava,
elas eram fofas, grandes  e preenchiam o meu céu.
Mas eu as perdi, dentro do imenso céu, que é meu mundo.
Não consigo mais vê-las.
Eu queria tê-las novamente, no meu pensamento.
Agora eu gostaria de estar entre elas, pulando e dançando,
assoviando e cantando.
Seria bem bom, mas infelizmente todas as nuvens foram apagadas
com o despertar do sol, que me fez abrir os olhos e enxergar mais um dia.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Momento

Estava olhando algumas anotações antigas, e achei um poeminha legal, aí vai:

Então você me dá a mão
e me beija.
Um sorriso, um olhar
e uma deixa.
Estamos assim,
aqui, juntinhos.
Somos nós dois
em um só sentido.

Escrito em: 03/11/2009

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Antes que eu enlouqueça

Antes que eu enlouqueça, quero dizer que está tudo bem
Antes que eu desapareça, quero dizer que estou exagerando.
Antes que eu desconheça, quero mostrar que ainda existo.
Antes que eu fale tudo, quero dizer que ainda não falarei tudo.
Antes que tudo seje nada, quero dizer que não tenho o que dizer.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aquela velha cadeira do velho

Sentado em sua velha cadeira
o velho observava as pessoas a passar.

Rangendo, no balanço ao vento
a cadeira estava sozinha com o ar.

O dia estava distante,
somente nuvens de lá pra cá.

Minha mãe me chamava,
mas eu pensava: onde ele estará?

Algo me dizia que eu estava a delirar,
quando ouço um tossido diferente, paro, mas volto a andar.

De repente quando estou a caminhar
uma sombra branca vem a cantar.

E o velho da cadeira velha
acabava de nos deixa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lá no fundo

Respiro fundo, e uma dor imensa invade meu peito.
Estou prestes a cair, não sei se choro ou se rio.
É difícil de explicar, mas estou me sentindo péssima.

É um momento ruim, mas não aconteceu nada ruim.
Estou mal, e daí?
Ninguém se importa, muito menos você, que não me entende.

Quero desabar, e sentir a sensação do "estar livre" e solta,
sem nada para pensar, e nada para falar.
Está difícil de pensar. Parece que nada está certo.
Nada.

Então talvez eu vire a rua, e veja que tudo está bem.
Estarei feliz, e nada mais.
É tudo questão de segundos, minutos, ou dias.

Não consigo perceber se tremo de frio ou de medo,
tudo é uma tremenda confusão, e você continua por aí,
não tenho mais nada para falar.

domingo, 16 de maio de 2010

Ainda não é tarde

"Running over the same old ground what have we found?"
Este trecho da música Wish you were here, do Pink Floyd, diz muita coisa. A tradução seria mais ou menos assim: correndo sobre o mesmo velho chão, o que encontramos?
E eu fico mesmo pensando, pisamos ou passamos muitas vezes pelos mesmos lugares, sem prestar atenção nos detalhes, sem perceber quem está ali, simplesmente pisamos e seguimos. O que encontramos, muitas vezes está despercebido em nossa cabeça, mas está lá, e quando damos por conta já é tarde.
Estamos entrando em uma rotina constante, e não é fácil sair dela. Queremos ver amigos e familiares e só conseguimos adiar esses momentos, só conseguimos adiar as coisas que nos fazem bem, e nos aproximamos daquilo que não é um bem natural, mas sim material.
Ai como eu sinto falta daquelas pessoas que não vejo mais tão frequentemente.
O que mais vejo são cadernos, livros, matérias, folhas de resumo, notas. Abri meus olhos, e percebi que só isto não faz ninguém feliz. 
Não se deixe levar por este bem, que na verdade, se torna um mal.
Tem coisas que só começamos a perceber que estão faltando quando perdemos, e aí, já é tarde.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Confusão

Então comecei a analisar tudo,
e questionei-me o quanto é importante um incentivo para realizar qualquer coisa.
Queria mais motivação para levantar em uma manhã fria da cama quentinha, que não fosse: tenho prova e não posso me atrasar, ou ainda, preciso dar mais uma revisadinha.
Queria mais energia para fazer tudo o que planejo fazer em um dia, mas que muitas vezes a preguiça acaba dominando, ou o tempo não acaba ajudando.
Queria um incentivo para mudar o mundo, e não perder o futuro.
Queria não querer nada, e simplesmente correr contra o vento sem pensar em nada, e sim, deixar agir por si só.
Talvez aqui esteja um incentivo, você.
Ali está outro incentivo, o amanhã.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Verde mente

Estava viajando, em direção à casa da minha avó, na serra gaúcha, e observava a paisagem de uma manhã gélida e cinza. Passamos por muitos lugares, todos encontravam-se intactos, da mesma forma das outras viagens, mas ao nos aproximarmos do posto do avião, que eu não me recordo o nome da cidade (sei que é próximo de Bento Gonçalves), uma coisa me chamou atenção. Aquele lugar não parecia o mesmo, alguma modificação drástica havia ocorrido, de relance pensei nas árvores. Claro, as árvores. Como faz diferença algumas árvores em um ambiente, tanto ecológica como aparentemente.
Fiquei bem chocada em ver isso, queria poder ver aquela linda camada verde novamente lá, era mais bonito, era mais chamativo, era mais limpo, era mais oxigênio.
Enfim, eu acho que é isso.
Fui.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cansaço

E no meio desta imensidão,
me sinto sozinha.
Sinto-me estranha,
sinto que estou vazia.
Está faltando alguma coisa,
estou enlouquecendo.
Falando coisas que eu não falaria,
escrevendo coisas que eu não escreveria,
pensando coisas que jamais pensaria.
Isto me fez parar, e analisar tudo.
Estou correndo e não alcanço um final,
nem vejo um final.
Só posso concluir que preciso de um tempo,
uma grama fresca e uma sombra.
Um período para deitar, fechar os olhos e ouvir os pássaros,
sentir a natureza, sentir meu coração.

domingo, 2 de maio de 2010

Aventura

 Minha querida amiga e eu não conseguimos ir ao atlântida festival. Nada que não esperássemos, mas queríamos um sábado divertido. Enfim, ela vem até minha casa no sábado de manhã e me convida para procurarmos o Fiuk, aquele gurizinho bonitinho, que faz malhação e fez o filme que vimos (inclusive juntas) ''As melhores coisas do mundo''. Bom, o programa era um sábado de estudos, não ir procurar uma pessoa que eu não faço a mínima ideia onde possa estar, e muito menos quem é ao certo, a única coisa que sabia, e era a minha opinião é que atuava muito bem, mas como cantor, já não era tanto (que fique claro, é o meu ponto de vista).
 Pensei e acabei aceitando o convite, logo partimos em busca deste tão famoso jovem ator. Pois bem, a questão é, por onde começaremos? Almoçamos e ficamos pensando por um momento, decidimos olhar que horas era seu show, e assim, concluímos que deveríamos ir até o aeroporto.
  Fomos de ônibus, passe livre, na segunda parada, onde entramos já não tinha mais lugares vagos. Ótimo, pensei. Era tudo que eu queria para um sábado de sol, ficar esmagada dentro de um ônibus, mas tudo bem, continuamos, ouvindo umas músicas para não pensar na falta de ar e os empurrões.
  Chegamos ao aeroporto, sem a mínima esperança, paramos no banheiro e ao sair, nos deparamos com várias fãs e revistas com o Fiuk na capa, sentadas no chão. Olho para o lado, com cara de espanto à minha amiga, querendo dizer: será que ele vai passar por aqui mesmo?
  A resposta veio alguns minutos depois, quando outros fãs confirmaram que o Fiuk viria sozinho, e sua banda havia chego pela manhã. Tinham alguns fãs que estavam lá desde as 6 horas da manhã, o que me impressionou, a resistência destes.
  Esperamos por informações, e nada. Alguns diziam que ele já havia passado, outros, desmentiam. É claro que era mentira. Entre essa espera, vimos a banda Charlie Brow, e alguns conhecidos que desembarcaram de seus respectivos voos.
  Quando faltavam 15 minutos para o tão esperado Fiuk chegar, planehamos que seríamos ordenados e organizados, sem berros e escandalos, tudo combinadinho. Quando passa uns 5 minutos, olhamos para trás e o aeroporto está completamente invadido por fãs, neste momento olhamos para frente e ele estava vindo. Estava parado naquela porta de vidro, há muitos metros de distância de nós, e já havia fãs recém-chegadas que invadiam. Os seguranças entraram em ação, parecíamos formigas saindo de um formigueiro recém pisado. Acabou a euforia, nos informaram que ele bateria uma foto com todos, desde que ficássemos ordenados em uma fila.
  Pronto, estava tudo resolvido, as várias horas em pé, sem comer nem beber, foram saciadas por uma foto. O cansaço não existia, éramos fãs, mais nada.
  Quando ele estava na minha frente, 19 anos, tão novinho, o que eu fazia ali? Mas ele é lindo, e atua muito bem, está na minha frente, o que eu estou esperando?
  Tirei a foto, abracei e beijei ele, aproveitei como uma verdadeira fã.
 
Pois aí está, um sábado que valeu apena, e que tinha tudo para ser mais um sábado de estudos.