quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Foi-se

O sol se foi em uma simples respiração.
Senti a chuva chegar vagarosamente, perplexa com o mundo que gira em mim.
Vivendo sem ver os dias passar, parece que tudo armazenou-se em um filme que não voltará, entretanto repetirar-se-á quantas vezes eu quiser.
E aqueles dias deixaram saudade, a qual atormenta-me agora, fazendo meu peito gritar para voltar àqueles momentos, os quais vão se dissolvendo junto com a água que escorre em meu rosto.
Eu queria acordar amanhã, e voltar para a vida que antes me completava.
Sei que acabou, e por isso dói ainda mais; foram dias inesquecíveis embaixo de sol, chuva, frio ou calor, mas foram vocês, colegas e amigos, que fizeram tudo se tornar tão especial quanto se tornou.
Obrigada a todos por tudo.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Imagem fixa

Você virá ao meu encontro enquanto as guerras continuam?
Procurar a flor perdida por esta terra?
Se deixarmos o medo e, no seu lugar, encontrarmos a dor?
Procurando a paz perdida por entre ruas incontráveis;
caminho por estradas que esvaiam-se como os anos que passarão.
Correria para achar a imagem de um completo perfeito, pois incompletos somos, e imperfeitos continuaremos.
Mas poderemos pertencer a momentos perfeitos, viver e não temer.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Segundo passo

Fugirei para além das nuvens, afim de encontrar a paz profunda, por um dia apenas, sentir a pacificação do que poderia ser tudo isso.
Porém perco meu tempo, deixo que ele vá, e continue dominando meu corpo constantemente.
Então procuro focar em algo concreto, se não as nuvens, o ar, a liberdade.
Assim prossigo sem um caminho preciso, sem ver meus amigos, sem conseguir dizer: "esta sou eu!".
E o que mais surpreende-me por essa vida é que tenho tudo e quero mais, enquanto outros nada possuem, e querem menos, ou ainda valorizam mais seus tempos ou argumentos.
Com a visão, o olfato, o paladar, a audição e o toque do sentir, não há do que reclamar, apenas é preciso correr atrás.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Foram dias

Estou chegando, perdida por completo.
Estão longes; pensamentos, coragem, caridade, eu, você, nós, eles.
Recompor-se e perceber que acabou é estranho, como nunca percebera, eu, antes.
Mas tudo se transforma, se vai, como uma metáfora finalizada, que jamais  chegará a ser realmente acabada.
Acabou e vejo tudo passar como formigas seguindo suas trilhas.
Seguem felizes seus respectivos trabalhos, enquanto admiro o poder da natureza.
E por aqui fico, e por aqui vou, sentir dias que se foram, que não voltam, que sinto cada vez mais falta.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Lá fora

Dentro daquela garrafa estão todas as mentiras que um dia foram verdades.
Está um mundo que se foi; poeiras, traças, tudo corroído com o tempo.
E levam, os dias, a vertigem do que já foi toda sua vida.
Então vai se recordando, e percebendo que nem tudo aquilo é inútil.
Quer voltar atrás e encontrar onde escondera seu segredo de vida,
agora, enterrada sob a terra que cobre o chão que um dia pisou.
História apagada e engarrafada, deixada para trás.
Não há como voltar, mas tudo ainda está por se escrever.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Deixe-se

Atormenta-me a falta do teu sentir.
Respirar e, tão somente, imaginar.
Quão perto gostaria de estar, quão longe ficaremos pelo ar.
E palavras, agora, perdem-se por uma melodia que nem se consegue alcançar.
O frio traz a dor, e os ventos os minutos que estão por esvair.
Sinto medo, felicidade, bem-estar, mas entrego-me plenamente ao teu olhar.
Não deixe estragar esta lira por esta sua ira momentânea, vamos estar por estar e olhar, mar, ar, luar.

sábado, 19 de novembro de 2011

Volta

Olhando fixamente para o horizonte, o mundo ao redor dele foi-se indo.
Sob seu olhar fundo, as águas seguiam seu caminho, deixando para trás a terra por onde nunca mais passariam.
O dia estava amanhecendo e a dor que ele sentia não saberia explicar.
Estava só, entre o dia e a noite.
Queria ele voltar seus passos que o conduziram até ali, queria ele poder dizer duas palavras.
Tarde, está tarde.
Tudo se foi e o que resta é seu corpo abalado.
Percebe, a partir daquele momento, que animais eram mais sentimentais do que fora a sua vida inteira.
Ao tentar fugir enxerga a carne em decomposição, paralisado continua.
Sua mente gira e traz toda imagem de volta: a corrida, o medo, a violência, a coragem, o amor, a vida que se vai, o corpo que fica, a dor.
O que fizera para enfrentar tudo isso resume-se em nada.
Quem partiu não sente mais, ele que ficou arrepende-se de todo seu fingimento de vida.
A paz não há, suas mãos ardem para conseguir um segundo a mais.
Morre o pai, filho fica, no lugar de um tiro que merecia, de uma pessoa que era apenas aparência, vai-se a alma e a essência.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Inconcretos

Queria estar perto de alcançar. Percebo, porém, a minha desistênsia contínua, a vitória do cansaço que domina minhas últimas energias.
Giro, e volto ao mesmo lugar.
O espaço está pequeno, eu estou longe.
Voando sem voar, falando sem nada falar.
Quero o abraço que me faça flutuar, o dia que me faça sonhar, a noite que me faça acordar.
Lendo as palavras que formam as nuvens, agora adormeço.
Amanhã acordarei e lhe direi.

sábado, 12 de novembro de 2011

Musicalidade sem fim

Cantando "lalaia" atravessamos a cidade, dançando como uma borboleta atrás da flor, íamos ao encontro das árvores a nos refugiar.
E à sombra ficamos mudos, a olhar o céu, deitados feito véu.
O sol descia, a lua subia, meus cabelos voavam, o ar me encontrava e dizia sussurrando ao meu ouvido: "uuuush" e eu o acompanhava "yeah, yeah"!
Que susto levei, quando em minhas mãos um toque senti; acordei repentinamente, e vi então o que me despertara: uma pequena folha.
Não entendia, demorei para me encontrar naquele momento, naquele lugar. Alguns segundos atrás estava no paraíso, segundos agora que transformaram-se na rede que dormia no pátio de casa.
Surpresa a minha quando viro-me e escuto meu pai cantando: "uuuush lalaia yeaaah!"
Caí na gargalhada!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Opacas eram as cores

A lente que cobria os olhos daquela menina caiu de repente.
Foi um choque quando viu na sua frente a imensa mancha de cores que há tempos não via.
Em um segundo, que repete-se a cada instante em sua cabecinha de algodão, tornou-se um momento único.
A pequenina sentia-se completa, bonita e leve como a borboleta que vira voar.
Suspira querida, suspira, e os dias hão de passar.
Em nuvens poluídas a vida seguia; em seu mundo, toda poluição era o barulho de seus pés na areia.
Corre agora pelos sedimentos levados pelo vento, sente agora a brisa que jamais sentira, vai agora aos braços da pessoa que abriu os olhos ingênuos de uma menina.
Lá se foi uma menina, lá vem uma mulher.

sábado, 22 de outubro de 2011

Última respiração: fria e silenciosa

A claridade que abrange meu rosto é pouca, a noite chega rapidamente e meu peito arde em pensar que mais uma dia se vai.
O luar que ilumina-me torna-se mais intenso em cada lembrança passada.
Meus pés a um segundo de voar, minha terra já não é esta que aqui piso.
Eu já estive neste espaço, porém não tão intesamente quando vivenciei neste instante.
Esta fração que segmenta meu corpo e transforma-se em memórias, e vai por se diluir no tempo, adquire todo este momento.
Mas em que parte da arte se esconde meu leito?
Pois não é preciso mais tempo, já foi-se tudo, e o suficiente para compreender que em meu peito, agora, explodem bombas daqueles dias que não voltarão, e de anos que aqui passarão.
Venha me recolher tempo sem vento, vento sem tempo, chuva de tempos.
Preciso voar de volta ao lugar em que encaixa esta vida que transcorre.
Com o beijo dos lábios gélidos que percorrem pela noite.
Por dentro da madeira fria que envolve minha alma.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Caminhos

Não tenho como descrever este momento. Há um distanciamento entre pensamento, mente e corpo. Estou aqui. Embora esteja além deste lugar que fecha e aprisiona-me ao passar dos dias.
Meus olhos se abrem para o ar, para a vida, para este espírito preso em um corpo que deseja ser livre.
Quero claro e escuro, quero nada quero.
Mostre-me o que é melhor, não que o choque vá doer, mas sim que a pacificação possa ser a nossa grande vitória.
Vou, para onde não há preto nem branco, vou singelamente procurar por um caminho não obscuro.
Enquanto busco um mundo, o vazio torna-se meu sentimento mudo.
Poderia gritar as palavras, porém essas sairiam sem som.
Nada mais me resta, por fim, que encerrar com todo esse silêncio perfeito à mim.

sábado, 8 de outubro de 2011

2 segundos

Pegou a minha mão e saimos andando, tantas coisas nos rodeiam, muitas palavras se ocultam, nossos passos continuam.
Caminhamos não sabemos para onde, andamos sem direção, e assim seguimos.
Vou observando os sons, as vozes, os olhares, enquanto caminhamos em um silêncio mudo.
Quem dirá que deixamos história naquele lugar? E quantas histórias foram deixadas para trás?
Quantas vidas se foram sem gritar sua canção preferida?
Estou aqui, mas penso lá, quero fugir, correr, andar.
Sua mão agora pressiona a minha mais forte, gosto disso, me traz o aprisionamento de segurança.
Mas ainda não entendo, o que faço, como me movimento, a escuridão vem trazendo a noite, e nossas mão suadas permanecem intactas.
Deixe-me ir, preciso pensar, vamos cantar aquela música junto ao luar?
E a vida passa, meu mundo gira 360 graus em uma hora, não compreendo mais o tempo, mas isso me hipnotiza de tal forma que entro em transe.
O trem passou, mas meus cabelos ainda voam, a sensação de estar lá me envolve, sinto tudo ir e vir.
E nossas mãos, cá estão, lá estão, por onde andar, por todo aquele sempre vão estar.

sábado, 10 de setembro de 2011

Anoiteceu

Está escuro, não enxergo nada mais, percebo meus sentidos sendo tocados por sons distintos, longínquos, pouco perceptíveis.
Aperto, contra minha vontade, as mãos que me prendem aqui.
Não entendo, estou fraca, sem forças para reagir.
Torna-se difícil pensar e falar e chorar e olhar.
Se sentir o mesmo grite, chame, preciso ouvir uma voz agora .
Não esperei, mas continuo esperando, e o relógio gira contra o tempo que passou, estou parada, continuo.
Mova-me, além dos meus sentimentos frágeis.
Quero dizer tudo, e não digo palavra.
Preciso jogar para fora o meu último suspiro, antes que seja tarde.
Desejava mover meu braços, e alcaçar um abraço, mas já é noite.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mapa

Vejo nos seus olhos o meu tesouro.
Espero encontrá-lo, mas encontro apenas um falso ouro.
Os duas passam, e mesmo deixando aos poucos de procurá-lo, ainda há um brilho que aponta em meu mapa.
E meus caminhos fogem, passos se perdem, sem saber se avanço ou fico ou retorno.
E se tesouro não o for?
Tantos traços feitos para encontrar o vazio?
Melhor é andar, sem mapear, sem esperar.
Tesouro que se acha é mais valioso que o procurado.
Adeus tesouro meu.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Bem maior

E o que dizer?
Talvez vá, talvez volte, não compreendo esse sentimento.
Deixa-me desequilibrada, fora de mim, fazendo com que tudo seja apenas você.
Vá, e deixe meu coração.
A sensação de um pedaço que se foi, ou apenas aquele que falta.
Sim, adeus.
Passou por mim, e de tantas vezes que já se repetiram, esqueci.
Bem;

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Arco-íris

Em um olhar reabriu seus olhos, aqueles que estavam cansados e difamados, esquecidos e desacordados.
Vê, então, o sol, o céu, sente o vento, sente você.
Permitiu-se a vida, o brilho, as cores, os contrastes.
Então lá se vai uma onda que pesava sobre seu peito, vão-se junto tudo que a ele fazia mal, porque agora respira, respira profundo e longamente.
Amou-se.
E assim percebeu que era a tinta que faltava para terminar seu quadro, que às vezes é preciso sofrer para se levar uma vida, que nem sempre consegue-se sorrir, mas que sempre pode-se tentar.
Então ele disse que a ama.
Mais uma vida, portanto, abriu-se às cores.
Cores, agora, que se juntam e formam um grande arco-íris ao céu.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Enferrujado

Torna-se tudo mais escuro com a sua presença. Bloqueias meus pensamentos, meus movimentos, enquanto no fundo queria apenas correr para seus braços e perguntar: "como estás?".
Falta liberdade, que nunca transpões à mim, ao contrário, cobra-a  sem à ela se permitir.
Faz com que eu sinta a culpa de todas as coisas que não falamos, não ouvimos, não tocamos.
Só peço que estendas teu braço, preciso de um conforto só teu nesse momento.
Abra o caminho que nos bloqueia, tira-me esta culpa que me atormenta querendo fugir, desaparecer.
Espero você, por mais que muitas vezes já esperei, encontrando sempre o vazio entre paredes e por dentro o eco causado pelo oco que ouvia em meu peito.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As gotas de água

Caminhando, olhando por entre árvores e folhas caídas, procuro a minha satisfação de vida.
Correr e não alcançar, desistir, nem tentar.
Tentações que nos levam, trazem, fazem nos perdemos de nós mesmos,
querendo soluções e encontrando mais medos.
Insegurança - pausa
Respiração incontrolável - dor
Perdir-me-ei por esses campos inacabáveis da minha mente
Prometi por entre eles nunca mais passar
Estou cá, estou lá
Não passa, quero voar
Fugir, cantar
Livremente a navegar, e por entre os mares as águas vem me calar.

sábado, 30 de julho de 2011

A caixa

Entre ruas silenciosas escuto o barulho dos meus passos.
Percorro caminhos sem destino enquanto penso nos fatos.

Só, vou em busca do ser.
Nem sempre somos, mas fingimos ser.

Tem vezes que quero fugir.
Outras quero estar.

Companhias amigas,
conversas sinceras.

Em um simples desentendimento
magoamos aos outros e a si mesmos.

Dizem que é assim que aprendemos,
perdoando e percorrendo.


Caminhos se entrelaçam,
estrelas se corroem.

A vida passa,
aos passos lentos.

Quero descobrir a caixa
que guarda o segredo do tempo
que vai, não volta
traz, devolve
molha, seca
grita e se cala.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sem maquiagem

Esta grossa falsa camada que infiltra meu rosto, perturba-me.
Quero me desfazer de você, quero minha verossimilhança de volta.
Quero contornos, e não formas.
Quero a vida, sem personagens.
Sou infinito, sou flores.
Percorro este céu, e vejo amores.
Não entendo o amor, e quem sabe um dia ele me entenda.
Não busco o sabor, mas quero encontrar esse perfume para saciar meu fingido pudor.
Vejo-te lá, com teus grandes e ilustres atores.
Até mais máquina que cobre este rosto, pois em minhas mãos está o demaquilante.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

In

Imaginei, e não me cansei de criar você na minha mente.
Como sentir isso me faz bem, como enxergar por trás de memórias abafadas me faz feliz.
No fundo eu não quero esquecer, sim, nunca esqueci.
São períodos que tento, mas na verdade só o guardo mais fundo, mais forte, mais silenciosamente.
Não fales, não.
Eu não preciso da tua voz, nem do teu eu, eu prefiro ficar com o que já foi meu.
E lá se vai mais uma voz, e lá deixo mais um sorriso.
Não lembro ao certo. Não vejo o teto.
Apenas quero lembrar dos momentos, e fantasiar outros que não existiram, adeus amigo, adeus inimigo.

domingo, 17 de julho de 2011

Transporte

Passou, e eu nem vi passar.
Fecho meus olhos, e sinto tudo voltar.
Não voltarás - lembrou-me a voz.
Tempo que vai, deixe-me pensar.
Quero ir, mas como posso me desligar?
Saudades de dias que foram para trás, quero os dias que não esqueço de recordar.
Nada mais aproveito neste momento, tento, embora meu corpo não reaja.
Imóvel e imperceptível vai sumindo devagar.
Quando menos eu esperava, lá eu estava.

domingo, 10 de julho de 2011

Durma bem

E essa minha falta de atenção, que me tira do ar, faz-me voar.
Quando parece estar no caminho, indo, hoje, desmoronou tudo.
Não consigo sorrir.
Não faço questão.
Responsabilidade que não queria, segredos que ignorava, buraco que me entope agora, vou embora.
Já que chorar não leva a nada, vou gritar anunciando meu existecimento.
Fecharei meus olhos e encontrarei meu mundo, onde nada mais me preocupa.
Sonhar é mais fácil.
Vou dormir.
Noite.

domingo, 26 de junho de 2011

Confuso sonho


Deixe-me caminhar sob seus olhos. Mergulhar sobre seu imenso olhar. Minhas mãos estão insaciadas, procurando seu calor, sua essência, seu pudor. Vamos, continue, você está quase lá. Estou a um passo apenas de descobrir seu segredo. Você não entende, mas na verdade nem eu. Quero desvendar o mistério, porém tenho medo. Insegurança esta que me traz até aqui, encontrar por uma resposta perdida, pelo certo ou errado, pela arte de viver com um segredo, com o medo que luta para se perder. Estamos a um olhar, que transpõe um sorriso, é a hora, vai, foi. E agora? Descobri seu maior desejo, de compartilhar o que a partir daquele momento se tornou um fato. Pausa. Respirei, então, o ar vazio, que enfim aliviou a dor pela qual carregava meu peito. Precisava simplesmente saber, independente do medo que senti. Não quis me mover, não quis fugir, tudo que eu quis foi ficar ali, enrolada nos seus braços inseguros, que iam ganhando confiança e se entrelaçando, até que tudo se envolvia e meus olhos se perdiam na escuridão do sono profundo.

sábado, 25 de junho de 2011

Explosivo

Seria tudo mais fácil se tudo se resumisse em bomba.
Que dia horrível: BOMBA!
Que vida cruel: olha outra BOMBA!
São poucos os que percebem, mas o mundo está se tornando uma bomba.
Uma bomba de poluição, de lixo, de sons, de cheiros, de amor, de conhecimento, de entretenimento, de lazer, de prazer...
Não acaba, um dia irá explodir, olha aí, mais uma BOMBA!
Vamos. Seguiremos, ignorando tudo isso, caso algo não ache mais seu espaço, será apenas mais uma bomba.

domingo, 12 de junho de 2011

Droga

Pisando em folhas secas começo a refletir, às vezes quero amar, como se amar fosse simples assim.
Paro, porém, penso.
Quão difícil é amar. Dúvidas, medos, incertezas, vontades, desejos, esperanças, sonhos,  é todo esse conjunto de detalhes que  faz-me amar mais e mais.
Mais difícil ainda, é não amar, e, de repente, ser surpreendida por um desparo no coração.
É instantâneo, não se escolhe, não se planeja, simplesmente aconteceu, e agora? Arque com as consequências.
Mas um momento veio, outro passou, a chuva parou, passos, agora em folhas úmidas, se opacam no vazio desta rua.
Não volte, não passe.
Chore sem tristeza, ria sem alegria.
É o êxtase da vida.

domingo, 5 de junho de 2011

Mais um, apenas

Fechei meus olhos, segurei firme, senti em um profundo segundo a sua mão.
Lembrei de um sorriso, permaneci ali, sob um olhar paralisado da minha mente.
Não entendi ainda, nada se esclareceu, só sinto que sua falta senti.
Por algum momento gostaria da sua presença aqui, agora, compartilhar meu pensamento, jogar fora todo essa respiração que está dentro do meu peito, entalada, sufocando, querendo sair, querendo dizer: eu quero você.
Nada mais posso dizer, talvez só eu não queira saber, pois já não basta mais querer.
Vou-me para lá, onde consigo esquecer e sentir a brisa que quer me levar, que veio me buscar.
Segure firme, estou chegando, só mais um passo, mais um ponto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Des

Acabo, muitas vezes, por não acreditar.
Torna-se complicado, muitas vezes, seguir a confiança. É como se toda a minha persistência se esvaísse, em questão de segundos, simplesmente se foi e, por fim, desacreditei.
Bom seria ter um foco, sempre firme, sem ventos ou catástrofes que o tentassem derrubar.
Então, está aí, vejo daqui, quem se deixa levar, quem vai, mas volta, e quem, por fora, continua intácto, com tudo no seu lugar.
Ainda não cheguei a conclusão se é preferível demostrar ou fingir não sentir, mas enquanto os dias não passam, eu continuo declarando minha descrença.

domingo, 22 de maio de 2011

Espaço

Descobrirei por trás de olhos de cimentos, todo seu sentimento.
Sentirei, por todos, o que nunca senti por ninguém.
Viajarei através de sonhos, que talvez não sejam nem serão realidade.
Buscarei escadas que me elevem, para aquilo que eu preciso alcançar.
Enxergarei que tudo não passa do querer, e que o querer só se completa com o buscar, e que buscar só se alcança com vontade, e que vontade sempre falta, e que nessa falha é que supera-se, e que a vida passa, e que a vida continua a passar.

domingo, 1 de maio de 2011

Controle remoto

Cansei de escrever, pensar, falar.
Tudo que eu queria era poder me distanciar.
Controlo-me, disfarço meus pensamentos, invento palavras, tudo para fugir, esquecer, deixar.
Não é um desapego, é um adeus, difícil, complexo, imenso, que abrange um vazio sem fim.
É querer, e não poder, porque o poder está nas mãos de uma coisa que não tem controle.
Seria tão bom apertar a tecla desliga e deixar tudo isso para trás.
Talvez não seria realmente bom, mas seria o mais fácil.
Não é estranho sentir isso, é tão forte que já passou de um estado normal.
Carrego esse tempo comigo, silencioso e preciso, sem buracos, sem vidrilhos.
Queria um mundo que não é mundo.
O céu tem estrelas, mas mesmo olhando para ele e não as vendo, sempre sabemos que atrás de uma imensa massa, escondida lá no fundo, encontramos o brilho das estrelas.
É o sentimento que recordo, que adormece e de repente volta.
Enxe-me de lágrimas e passa.
Faz-me rir, e se vai.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sem som

Existe um mundo
que se cala e fica mudo.
Ele pode acabar em um segundo,
quando nada mais for tudo
e tudo ainda for um mero fundo.

sábado, 16 de abril de 2011

Uma vírgula

O que me faz ser assim?
O que o faz gostar de mim?
Não convenso a mim mesmo, mas gostaria profundamente tocar você.
Na verdade, eu simplesmente não compreendo o quão grande é um sentimento.
E o seu poder pelo universo, que domina a todos, e me toca a cada passo.
Olho através das nuvens, através dos rios, através de mim, e sinto uma dor profunda.
Percebo a imensidão desde mundo, percebo as inovações deste labirinto sem fim, que a cada dia nos faz perder um pouco de nós, e quando nos damos por conta, nem nós mesmos nos encontramos.
Um planeta inteiro, e o ar, as águas e a terra?
Tudo é alterado, remexido e atirado.
Não existe solução para isso, não existe abismo tão imenso.
E por mais que eu faça, e refaça, saia daqui e chegue para lá, continuo inconstantemente na mesma rotina.
É inconciente, e muitas vezes necessária, mas fazer o quê?
Basta.

sábado, 12 de março de 2011

Ainda não acabou

Penso, penso, e a conclusão alguma chego.
Tantas cenas, imagens, falas, tudo passando pela minha mente.
Parece muito distante, não imagino-me vivenciando algo de tamanho estrago.
Muitas pessoas, casas, carros, matérias, conhecimentos, famílias, tudo destroído.
Não acredito que esse pode ser o mundo em que vivemos.
Com tantas belezas, tantas coisas boas, parece que o negativismo domina.
Domina-me, por isso paro para refletir palavras que não farão diferença alguma, pois não solucionam nada do que se passa com aquelas diversas pessoas que habitam o Japão.
Triste em pensar que daqui a pouco pode ser a gente, triste em pensar que agora são eles.
Será a natureza ou algo além?
Será o homem ou o próprio além?

sexta-feira, 11 de março de 2011

Vício sem vício

Uma curiosidade imensa bagunça minha cabeça, ela vai aumentando ritmicamente, conforme uma melodia te toca suave e penetrantemente.
Poderia  eu descobrir sem arriscar?
É loucura, é desnecessário, mas perturba-me.
Quero.
Mas penso nas consequências, no amanhã, será que vale?
Penso, repenso, revejo, não entendo.
Compreender-se é uma coisa estranha, querer que outras pessoas o façam é perda de tempo.
Só imagino a sensação que queria sentir, não vejo fim.
Minha mente e meu corpo estão desligados, é um contra o outro em uma luta imbatível, descontrolada, enigmática, assustadora, viciante.
Desligarei minha mente e soltarei meu corpo, juntarei o que resta e formarei um novo presente.
Mas essa fórmula é inabalável e começa novamente a atordoar a minha mente.
Meu corpo volta ao encontro da minha alma, eles conversam e seguem em seus passos marcados.
Param, imobilazam-se e seguem à frente de uma nova ideia que fez esquecer todo o resto.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Encontre-se

Não compreendo ao certo este momento.
Existe um mundo me aguardando, mas somente sinto o vento.
Inspiro longamento contra o tempo, e o vazio que surge em meu peito torna-se um mero devaneio para o meu pretexto.
Seguro firme para não lembrar de outros tempos, e não percebo que ali está o meu maior desespero.
Não sei se é melhor soltar ou aguentar, portanto volto a respirar.
Ainda não é suficiente, parece que tudo está se aumentando enquanto eu permaneço pequena.
Vou diminuindo, indo, sem explicar mais nada.
Um barulho me alertou, e meu cérebro captou, minha mente voltou, e no presente estou.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tudo é mágica

Finalmente libertei-me.
Abri aquela caixa velha e corroída do tempo que a foi modificando.
Tirei coisas desprezíveis e também insensíveis.
Obrigada, se você me ajudou de alguma forma.
Agora, como esperava por muito tempo, não me preocupo com o lugar que você ocupa ou a roupa que veste.
Somente tento seguir a minha vida, sem pensamentos longos e monótomos que ocupavam minha mente inquietamente.
Percebo que perdi tempo procurando por aquilo que estava claramente distante.
Agradeço por não ser tarde, e ainda poder perceber a lua brilhando no céu.
Sinto, claro, a falta de um olhar profundo.
Procuro, ainda, ver o céu se transformar em água.
Vejo que tudo depende de um passe de mágica.
Abracadabra.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dois olhares

Estou a observar
seus gestos me deixam perplexamente paranóica, me alucinam, me encantam.
Fazem-me imaginar em sua vida, o que faria, onde chegaria.
Então continuo fixa no mesmo lugar, com os olhos ainda voltados para os seus movimentos.
Adimiro agora a força, a garra, o instinto.
Não pergunte-me quanto tempo durou, pois diria que foram horas, mas creio que foram apenas segundos.
Eu vi o mundo a partir dos seus olhos, e agora nada mais parece me impedir de viver.
Você continua paralítica, eu não consigo mudar muito disso também.
De repente voltei a mim, ao mundo que realmente enxergava, e você voa na minha direção, encontra meus olhos.
Rapidamente fecho-os e irrito-me com sua atitude. Mas o que mais eu podia esperar de você.
Não passa de uma mosca barulhenta e intrigante, atordoando a minha vida.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Metáfora de uma folha

Voam como folhas pensamentos que chegaram a ser certezas um dia, mas hoje são apenas espaços que perderam-se por aí.
Poderia procurá-los incansavelmente por todo esse mundo, mas creio que eles nunca voltarão da forma como vieram.
Gostaria de ver algumas coisas através de outros olhos, não consigo perceber uma vírgula do que era tudo aquilo.
Passou como um pássaro que perdi de vista, em um único e perplexo instante.
Lá se foi, abriu suas ásperas penas contra o vento e se foi.
Não voltará tão cedo, e se de repente decidir regredir não será como antes.
Foi-se mais uma folha, que acabou de cair lentamente da árvore, e com ela mais um pensamente de uma mente sem sentido.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cansei

Eu não me canso.
Não me canso de ouvir a mesma música repetidas vezes.
De acordar e querer voltar a dormir.
De viajar sem saber que dia voltar.
De ouvir e não saber o que falar.
De ir pra lá, e voltar pra cá.
De pensar em falas.
De programar e reclamar.
De descobrir, olhar, pesquisar.
De tentar.
De querer.
De ser.
De procurar a minha cor favorita.
De descobrir o cheiro que me alucina.
De olhar as mesmas fotografias.
De pensar que vai dar.
De provar roupas novas.
De ver que tudo pode mudar.
De revisar e errar.
De gritar e chorar.
De correr e pular.
De procurar e não achar.
De tentar rimar e não descobrir o encaixe perfeito do som das palavras.
De fazer você perder seu tempo lendo isso.
De desejar você pelo menos dez vezes ao dia.
De olhar, e simplesmente olhar.
De escrever sem parar.
De digitar sem pensar.
De deixar um texto sem fim.
De dizer que este pode ser um fim.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Grite

Um, dois, três, quatro...
Quantos passos, e eles seguem.
Enquanto destraio minha mente com perguntas e lembranças, sigo andando sem um destino concreto.
Só queria esvaziar aquilo que atormenta aqui dentro, é como se eu gritasse muito, sem parar, sem respirar, e ninguém me ouvisse, e depois que o fôlego não aguentasse mais, parasse, e enfim, respirasse, e portanto saciasse toda aquela vontade que permanecia enclausurado em meu peito.
Gritei.
Perdi o fôlego.
Voltei.
Liberdade, senti tudo melhor.
Pensamentos? Nem os ouvia mais. Se pensava ou não, não dava a devida importância.
Agora era a busca do ar, dos braços jogados ao vento, e da grama em minhas mãos.
Eu tinha tudo, e sentia isso.
Eu tinha tudo, e tudo nada era.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Entrelinhas

-Vamos apaziguar as coisas. Basta respirar fundo, esvaziar a mente e...
-Progredir?
-PAZ!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mínimo

Sou apaixonada por essa vida.
Por todas essas flores, cores, cheiros, cantos, sons, rochas sobre rochas, gotículas de água fazendo um barulho ao deparar-se com o chão, você.
Facino-me com cada nova descoberta, viajo além das noites sobre sonhos, acordo muitas vezes bem sem motivo algum, e do mesmo modo mal, sem nenhuma disposição.
Sou, sim, mais um ser humano pedindo atenção.
Leiam, e, talvez reflitam, toda essa minha paixão.
Passou por mim, assim, em vão.
Quero que escutem o bater das asas de um inseto, e vejam as nuvens que se movimentam lenta e tranquilamente.
Assim como o inverno chega tarde, e o verão vem cedo, primavera e outono os complementam.
São tantos os climas, tantas as formas, tantas as roupas, são tantas as coisas existentes!
Onde estará a sua paixão?
Onde estará  a simplicidade que lhes leva a viver?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Insegurança

Medo?
Na realidade estou guardando um segredo.
Psiu, fala baixo!
Ninguém pode saber, eu confio em você.
Não faça por desmerecer!
Está escutando?
Quero que guardes este embaixo da sua lápide.
Veja, estou tremendo!
Por que tamanha fantasia?
Não sei se consiguirei aguentar, está tudo aqui:
entalado, engasgado, atravancado, perdendo espaço, dominando-me por completo.
Prometes?
Não irás me desrespeitar?
É apenas um segredo, você entende.
Para você talvez seja ainda a sua vida, porque isso não passa da sua mente querida.