domingo, 22 de maio de 2011

Espaço

Descobrirei por trás de olhos de cimentos, todo seu sentimento.
Sentirei, por todos, o que nunca senti por ninguém.
Viajarei através de sonhos, que talvez não sejam nem serão realidade.
Buscarei escadas que me elevem, para aquilo que eu preciso alcançar.
Enxergarei que tudo não passa do querer, e que o querer só se completa com o buscar, e que buscar só se alcança com vontade, e que vontade sempre falta, e que nessa falha é que supera-se, e que a vida passa, e que a vida continua a passar.

domingo, 1 de maio de 2011

Controle remoto

Cansei de escrever, pensar, falar.
Tudo que eu queria era poder me distanciar.
Controlo-me, disfarço meus pensamentos, invento palavras, tudo para fugir, esquecer, deixar.
Não é um desapego, é um adeus, difícil, complexo, imenso, que abrange um vazio sem fim.
É querer, e não poder, porque o poder está nas mãos de uma coisa que não tem controle.
Seria tão bom apertar a tecla desliga e deixar tudo isso para trás.
Talvez não seria realmente bom, mas seria o mais fácil.
Não é estranho sentir isso, é tão forte que já passou de um estado normal.
Carrego esse tempo comigo, silencioso e preciso, sem buracos, sem vidrilhos.
Queria um mundo que não é mundo.
O céu tem estrelas, mas mesmo olhando para ele e não as vendo, sempre sabemos que atrás de uma imensa massa, escondida lá no fundo, encontramos o brilho das estrelas.
É o sentimento que recordo, que adormece e de repente volta.
Enxe-me de lágrimas e passa.
Faz-me rir, e se vai.