domingo, 1 de maio de 2011

Controle remoto

Cansei de escrever, pensar, falar.
Tudo que eu queria era poder me distanciar.
Controlo-me, disfarço meus pensamentos, invento palavras, tudo para fugir, esquecer, deixar.
Não é um desapego, é um adeus, difícil, complexo, imenso, que abrange um vazio sem fim.
É querer, e não poder, porque o poder está nas mãos de uma coisa que não tem controle.
Seria tão bom apertar a tecla desliga e deixar tudo isso para trás.
Talvez não seria realmente bom, mas seria o mais fácil.
Não é estranho sentir isso, é tão forte que já passou de um estado normal.
Carrego esse tempo comigo, silencioso e preciso, sem buracos, sem vidrilhos.
Queria um mundo que não é mundo.
O céu tem estrelas, mas mesmo olhando para ele e não as vendo, sempre sabemos que atrás de uma imensa massa, escondida lá no fundo, encontramos o brilho das estrelas.
É o sentimento que recordo, que adormece e de repente volta.
Enxe-me de lágrimas e passa.
Faz-me rir, e se vai.

Um comentário:

Bárbara Griebeler disse...

que liiiiiiindo, Júlia!
sério, tu tem um talento enorme *-*
parabéns *-*