terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

90 anos de arte

Em 1922 acontecia um movimento muito importante para nós, brasileiros.
A semana de arte moderna, que hoje completa 90 anos, muito rejeitada e vaiada por uma parte significativa da população, mostrou que não se deve ficar quieto, que se deve lutar para se alcançar o que queremos. É o que se vê atualmente, com a primavera árabe e outros movimentos de estudantes e populações inquietas pelo mundo.
Foi assim que conseguiram a liberdade literária, e finalmente expressar o que sentiam sem métricas e parágrafos e rimas, simplesmente escreviam, ignorando totalmente a arte parnasiana.
Para finalizar uma frase de Mário de Andrade, um dos líderes do movimento.
"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."'

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Incansável

Vermelho, amarelo, laranja, o fogo se compõe e sobem as chamas.
Enquanto seus olhos são iluminados pelo calor alaranjado, os mesmos são encontrados vidrados, porém distantes em pensamento.
A sua insegurança de ser, de tocar, de dizer, ou, de simplesmente ouvir lhe traz o vazio que agora é aquecido pelo fogo que almeja o céu.
As vozes são baixas, o frio já não é desculpa, o que falta é a resposta que a perturba incansavelmente.
Na sua mente, a lucidez do que foi e do que vai ser.
Ela não desiste, como as chamas que vibram com o vento, e que mesmo assim, não deixam de perder sua intensidade.
E aos poucos vai fechando os olhos já aquecidos e junto a braza vira cinzas e as cores vão perdendo seu brilho e a escuridão penetra no ambiente e as cortinas se fecham e na sua mente continua a bagunça que só vai cessar com seus sonhos de princesa.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pedra por pedra

Nesta velha casa, onde tudo estava enterrado, ela entrou.
Encontrou seus resquícios de infelicidade, suas dores, sua realidade.
Sob quatro paredes ela trancou-se e chorou.
Lembrando de dias que passaram porque ela os deixou passar.
Queria, ela, poder voltar.
Reconstruir.
Mas não desistir.
Secando incansavelmente suas velhas lágrimas decide construir uma nova casa.
Começa devagar, atrás do que antes não buscara, produzir aquilo que planejava.
E assim vai, transformar o que antes estava em sua mente, a casa que sonhava, e que agora, projetava.