sábado, 30 de julho de 2011

A caixa

Entre ruas silenciosas escuto o barulho dos meus passos.
Percorro caminhos sem destino enquanto penso nos fatos.

Só, vou em busca do ser.
Nem sempre somos, mas fingimos ser.

Tem vezes que quero fugir.
Outras quero estar.

Companhias amigas,
conversas sinceras.

Em um simples desentendimento
magoamos aos outros e a si mesmos.

Dizem que é assim que aprendemos,
perdoando e percorrendo.


Caminhos se entrelaçam,
estrelas se corroem.

A vida passa,
aos passos lentos.

Quero descobrir a caixa
que guarda o segredo do tempo
que vai, não volta
traz, devolve
molha, seca
grita e se cala.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sem maquiagem

Esta grossa falsa camada que infiltra meu rosto, perturba-me.
Quero me desfazer de você, quero minha verossimilhança de volta.
Quero contornos, e não formas.
Quero a vida, sem personagens.
Sou infinito, sou flores.
Percorro este céu, e vejo amores.
Não entendo o amor, e quem sabe um dia ele me entenda.
Não busco o sabor, mas quero encontrar esse perfume para saciar meu fingido pudor.
Vejo-te lá, com teus grandes e ilustres atores.
Até mais máquina que cobre este rosto, pois em minhas mãos está o demaquilante.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

In

Imaginei, e não me cansei de criar você na minha mente.
Como sentir isso me faz bem, como enxergar por trás de memórias abafadas me faz feliz.
No fundo eu não quero esquecer, sim, nunca esqueci.
São períodos que tento, mas na verdade só o guardo mais fundo, mais forte, mais silenciosamente.
Não fales, não.
Eu não preciso da tua voz, nem do teu eu, eu prefiro ficar com o que já foi meu.
E lá se vai mais uma voz, e lá deixo mais um sorriso.
Não lembro ao certo. Não vejo o teto.
Apenas quero lembrar dos momentos, e fantasiar outros que não existiram, adeus amigo, adeus inimigo.

domingo, 17 de julho de 2011

Transporte

Passou, e eu nem vi passar.
Fecho meus olhos, e sinto tudo voltar.
Não voltarás - lembrou-me a voz.
Tempo que vai, deixe-me pensar.
Quero ir, mas como posso me desligar?
Saudades de dias que foram para trás, quero os dias que não esqueço de recordar.
Nada mais aproveito neste momento, tento, embora meu corpo não reaja.
Imóvel e imperceptível vai sumindo devagar.
Quando menos eu esperava, lá eu estava.

domingo, 10 de julho de 2011

Durma bem

E essa minha falta de atenção, que me tira do ar, faz-me voar.
Quando parece estar no caminho, indo, hoje, desmoronou tudo.
Não consigo sorrir.
Não faço questão.
Responsabilidade que não queria, segredos que ignorava, buraco que me entope agora, vou embora.
Já que chorar não leva a nada, vou gritar anunciando meu existecimento.
Fecharei meus olhos e encontrarei meu mundo, onde nada mais me preocupa.
Sonhar é mais fácil.
Vou dormir.
Noite.