sábado, 22 de outubro de 2011

Última respiração: fria e silenciosa

A claridade que abrange meu rosto é pouca, a noite chega rapidamente e meu peito arde em pensar que mais uma dia se vai.
O luar que ilumina-me torna-se mais intenso em cada lembrança passada.
Meus pés a um segundo de voar, minha terra já não é esta que aqui piso.
Eu já estive neste espaço, porém não tão intesamente quando vivenciei neste instante.
Esta fração que segmenta meu corpo e transforma-se em memórias, e vai por se diluir no tempo, adquire todo este momento.
Mas em que parte da arte se esconde meu leito?
Pois não é preciso mais tempo, já foi-se tudo, e o suficiente para compreender que em meu peito, agora, explodem bombas daqueles dias que não voltarão, e de anos que aqui passarão.
Venha me recolher tempo sem vento, vento sem tempo, chuva de tempos.
Preciso voar de volta ao lugar em que encaixa esta vida que transcorre.
Com o beijo dos lábios gélidos que percorrem pela noite.
Por dentro da madeira fria que envolve minha alma.

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