terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mínimo

Sou apaixonada por essa vida.
Por todas essas flores, cores, cheiros, cantos, sons, rochas sobre rochas, gotículas de água fazendo um barulho ao deparar-se com o chão, você.
Facino-me com cada nova descoberta, viajo além das noites sobre sonhos, acordo muitas vezes bem sem motivo algum, e do mesmo modo mal, sem nenhuma disposição.
Sou, sim, mais um ser humano pedindo atenção.
Leiam, e, talvez reflitam, toda essa minha paixão.
Passou por mim, assim, em vão.
Quero que escutem o bater das asas de um inseto, e vejam as nuvens que se movimentam lenta e tranquilamente.
Assim como o inverno chega tarde, e o verão vem cedo, primavera e outono os complementam.
São tantos os climas, tantas as formas, tantas as roupas, são tantas as coisas existentes!
Onde estará a sua paixão?
Onde estará  a simplicidade que lhes leva a viver?

Um comentário:

Aline M disse...

Julia! Esse texto me lembrou muito um poema de Fernando Pessoa (com o heterônimo de Alberto Caeiro), principalmente na parte em que diz:
"E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."
Concordo que com o reconhecimento das simplicidades da vida, podemos ser mais felizes, satisfazendo-nos com toda a "vida" existente em tudo que sentimos.
Gostei muito desse texto. É importante lembrar desses pontos significativos, quando estamos inseridos em uma sociedade que muitas vezes despreza os valores da vida que nenhum dinheiro pode pagar.
Continue escrevendo! Até mais.